META ADOTA NOVA ABORDAGEM DE MODERAÇÃO: IMPACTO GLOBAL E NO BRASIL
A Meta, controladora do Facebook, Instagram e Threads, anunciou mudanças drásticas em suas políticas de moderação de conteúdo. Entre as novidades está a substituição das agências externas de checagem de fatos pelo sistema Community Notes, uma iniciativa em que os próprios usuários colaboram para contextualizar publicações. A decisão segue o modelo já utilizado no X (antigo Twitter) e sinaliza um movimento em direção a menos intervenções diretas nas plataformas.
Mudanças Anunciadas
• Fim da checagem de fatos externa: O modelo de moderação agora será comunitário, com maior participação dos usuários na avaliação de informações compartilhadas.
• Prioridade para conteúdos ilegais: A Meta focará na remoção de postagens que violam leis, permitindo maior liberdade para debates políticos e sociais.
• Reinserção de conteúdos políticos: Postagens de teor cívico e político terão mais visibilidade, atendendo às críticas de censura de alguns setores.
• Realocação de moderadores: As operações serão deslocadas para o Texas, alinhando-se às novas diretrizes.
Influência Política e Global
A decisão vem após críticas de lideranças como Donald Trump, que acusa as big techs de censura a vozes conservadoras. O ex-presidente, agora em um novo mandato, defende menos restrições nas redes sociais e pode ter influenciado indiretamente a decisão.
Especialistas, no entanto, alertam para o risco de aumento da desinformação em temas como saúde, eleições e imigração. Globalmente, países da América Latina, incluindo o Brasil, devem sentir os impactos devido à alta utilização das plataformas da Meta.
Impacto no Brasil
A decisão foi recebida com reações mistas: enquanto alguns veem como um avanço na liberdade de expressão, outros alertam sobre os riscos de aumento na desinformação, especialmente em países como o Brasil, onde o impacto das fake news já é uma preocupação constante.
Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) está monitorando de perto a implementação dessas novas regras para verificar se elas serão aplicadas de maneira responsável no Brasil, onde a legislação sobre desinformação é rigorosa e crescente. O MPF destacou que irá acompanhar de perto as mudanças para garantir que as plataformas não incentivem a propagação de conteúdo prejudicial, especialmente em períodos eleitorais.
Com o relaxamento nas regras de moderação e maior liberdade para postagens de teor político, é possível que o Brasil, devido à sua alta penetração de redes sociais e à polarização política, enfrente desafios adicionais no combate a desinformação. A adoção desse novo modelo pode ter consequências significativas tanto para as campanhas de desinformação quanto para a forma como a sociedade brasileira interage nas redes sociais.
A Meta já se posicionou sobre a implementação dessas mudanças no Brasil, afirmando que seguirá as regulamentações locais, mas a vigilância do MPF é vista como crucial para que essas novas regras não infrinjam a lei e não se tornem um campo fértil para conteúdos falsos, especialmente durante o período eleitoral.