ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DESVIA R$ 1,4 BILHÃO NA BAHIA; VEREADOR É PRESO APÓS JOGAR SACOLA DE DINHEIRO PELA JANELA
Uma megaoperação foi deflagrada nesta terça-feira (10) pela Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e a agência americana Homeland Security Investigations (HSI), para combater um esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 1,4 bilhão em recursos públicos destinados a obras na Bahia.
Batizada de Overclean, a operação tem como alvo uma organização criminosa especializada em fraudar licitações, superfaturar contratos e lavar dinheiro. As investigações, iniciadas em 2023, revelaram uma rede de empresas de fachada e “laranjas” que atuava em parceria com servidores públicos corruptos. O foco principal foi o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), mas o esquema também atingiu outros órgãos públicos.
VERBA DE EMENDAS PARLAMENTARES DESVIADA
De acordo com a PF, os criminosos direcionavam recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas previamente escolhidas, superfaturando obras e desviando os valores excedentes. Para mascarar a origem do dinheiro, utilizavam mecanismos sofisticados de lavagem de dinheiro e empresas de fachada.
Os prejuízos aos cofres públicos, estimados em R$ 1,4 bilhão, comprometeram a execução de obras essenciais para a população baiana.
VEREADOR PRESO TENTA SE LIVRAR DE DINHEIRO EM ESPÉCIE
Um dos alvos da operação é o vereador Francisco Nascimento, de Campo Formoso, primo do deputado Elmar Nascimento (União-BA), que não é investigado. Francisco foi preso preventivamente em flagrante, mas antes tentou se livrar de uma sacola contendo R$ 220.150, jogando-a pela janela de sua residência.
A Polícia Federal conseguiu apreender o montante, que será submetido a perícia. Francisco Nascimento agora terá que explicar a origem do dinheiro e por que o mantinha em espécie.
MANDADOS E PRISÕES
Ao todo, a operação Overclean cumpriu 43 mandados de busca e apreensão, 17 mandados de prisão preventiva e ordens de sequestro de bens em diversos estados. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As autoridades ressaltam que as investigações continuam e que outros nomes poderão ser revelados nos próximos desdobramentos da operação.